Refém é liberado e rebelião termina no Centro de Detenção de Icoaraci
Terminou por volta das 16h30 desta terça-feira (23) a rebelião envolvendo cerca de 100 presos do Centro de Detenção Provisória de Icoaraci, distrito de Belém. A rebelião teve início às 13h30, quando os detentos fizeram refém o agente prisional José Ribamar Barata. Com a chegada de tropas do Comando de Operações Especiais (COE) e da Rotam (Ronda Tática Metropolitana), da Polícia Militar, a situação foi contornada e os presos dominados. Eles querem acelerar o trâmite dos seus processos criminais.
As negociações foram feitas pelo delegado da 8ª Seccional de Polícia Civil, Renato Wangon, e pelo capitão Lima Neto. De acordo com o delegado, Ribamar foi libertado após 3 horas em poder dos presos, com a chegada do juiz Wagner Costa, da 2ª Vara Criminal, e do promotor Antônio Maurício, da 1ª Promotoria Criminal de Icoaraci. “Alguns estavam muito nervosos, mas estou bem”, disse Ribamar, após receber atendimento médico.
“Além da revisão dos processos, cerca de 30 detentos já condenados reivindicaram transferência para unidades penitenciárias do Estado. Como não existia um ‘cabeça’, eles estavam muito confusos e cada um queria reivindicar alguma coisa, o que estendeu mais as negociações. Com a chegada do juiz e do promotor, a situação foi controlada. O diretor do Centro já encaminhou uma lista com os nomes dessas pessoas ao promotor, para que sejam tomadas as medidas cabíveis”, explicou o delegado.
Segundo o capitão Lima Neto, várias celas do Centro foram depredadas. “Eles atearam fogo em pneus e colchões, quebraram cadeados e várias portas. Graças ao trabalho estratégico e preparo das nossas equipes terminou tudo bem. Nem todos participaram da rebelião. Dezoito detentos mais religiosos ajudaram nas negociações, já que os outros presos respeitam muito eles. Todos os objetos utilizados durante a rebelião foram apreendidos”, informou.
Com capacidade para 120 vagas, o Centro de Detenção Provisória de Icoaraci atualmente abriga 215 homens. De acordo com Robervaldo Souza, diretor adjunto do Núcleo de Administração da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), a situação será normalizada nos próximos dias. “Esses presos já condenados serão deslocados para unidades penitenciárias o mais rápido possível, além de providenciarmos os reparos necessários aqui. Das 25 celas, cerca de 10 foram depredadas”, disse ele. Até o final deste ano, o governo do Estado entregará novas unidades prisionais.
Amanda Engelke - Secom