Caso Eloá: júri deve decidir hoje se condena Lindemberg Alves

16/02/2012 12:31

O Tribunal do Júri de Santo André, no ABC paulista, deve decidir hoje se condena ou absolve o réu Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, em outubro de 2008. O quarto dia do julgamento terá os debates entre acusação e defesa. Os jurados, então, se reunirão para decidir. Em seguida, a juíza vai ler a sentença e definir a pena dada ao réu.

Este deve ser o último dia do julgamento iniciado na segunda-feira (13), pouco mais de três anos após o sequestro que culminou com a morte da adolescente Eloá Pimentel em Santo André.

O advogado e assistente de acusação José Beraldo, que representa a família de Eloá, disse que o pedido de perdão do réu pelo crime "não convenceu" e foi uma manobra.

"Esse pedido de perdão para a família foi uma tentativa de demonstrar um arrependimento nesse sentido. Mas os jurados já tomaram uma decisão, eu penso que eles já sabem o que devem fazer", disse.

"Ele enganou a todos, mas nós mostramos que ele não foi verdadeiro", afirmou Beraldo. O advogado disse ainda que, em diversos momentos, Lindemberg "caiu em contradição".

Lindemberg falou por quase seis horas, durante o terceiro dia do julgamento. Ao todo, 14 testemunhas foram ouvidas nesses três dias. A mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, e os irmãos da vítima, Douglas e Ronickson, assistiram da plateia todo o depoimento.

A mãe de Eloá, porém, deixou o fórum sem falar com a imprensa.

O mais longo cárcere de SP

A estudante Eloá Pimentel, 15 anos, morreu em 18 de outubro de 2008, um dia após ser baleada na cabeça e na virilha dentro de seu apartamento, em Santo André, na Grande São Paulo. Os tiros foram disparados quando policiais invadiam o imóvel para tentar libertar a jovem, que passou 101 horas refém do ex-namorado Lindemberg Alves Fernandes. Foi o mais longo caso de cárcere privado no Estado de São Paulo.

Armado e inconformado com o fim do relacionamento, Lindemberg invadiu o local no dia 13 de outubro, rendendo Eloá e três colegas - Nayara Rodrigues da Silva, Victor Lopes de Campos e Iago Vieira de Oliveira. Os dois adolescentes logo foram libertados pelo acusado. Nayara, por sua vez, chegou a deixar o cativeiro no dia 14, mas retornou ao imóvel dois dias depois para tentar negociar com Lindemberg. Entretanto, ao se aproximar do ex-namorado de sua amiga, Nayara foi rendida e voltou a ser feita refém.

Mesmo com o aparente cansaço de Lindemberg, indicando uma possível rendição, no final da tarde no dia 17 a polícia invadiu o apartamento, supostamente após ouvir um disparo no interior do imóvel. Antes de ser dominado, segundo a polícia, Lindemberg teve tempo de atirar contra as reféns, matando Eloá e ferindo Nayara no rosto. A Justiça decidiu levá-lo a júri popular.

FONTE: JORNAL DO BRASIL